Lenda de Santa Iria

Tendo em conta a altura do ano em que estamos, e a ocorrência da Feira de Santa Iria em Tomar, decidi que hoje iria contar a famosa lenda de Santa Iria e a razão pela qual ela é celebrada todos os anos.

Depois de terem expulso os Suevos, que tinham invadido o Império Romano, os Visigodos, tomaram posse da Península Ibérica. Quando a paz chegou ergueram-se os primeiros templos cristãos na margem esquerda do rio, onde ficava a cidade de Sellium.

Corria o ano de  651 e aproximava-se o 29 de Julho, dia dedicado a S. Pedro. Este, era o único dia em que as freiras saiam do Mosteiro em procissão para assistir a uma missa na, então, igreja de S. Pedro de Fins (actual cemitério de Santa Maria dos Olivais). Era também o único dia em que as pessoas de Sellium podiam admirar a extrema beleza de Iria, jovem que se dedicava totalmente a Deus e a vida religiosa.


Foi nesta ocasião que Britaldo se apaixonou por Iria, amor que era alimentado pelo próprio Diabo, segundo a lenda. Depois de tudo fazer para que Iria retribuísse a paixão, um esforço que se provou inútil, Britaldo ficou gravemente doente. Iria foi visita-lo, disse-lhe que o amava como um irmão, e que se ele a visse da mesma forma, lhe passaria a doença para que nenhum medico encontrava a cura. Britaldo respondeu:

 Se deres a alguém o amor que me negas, eu ou alguém te matará

Iria, volto em paz para o Mosteiro e Britaldo ficou bem, logo de seguida.

Mais tarde, Remigio, um monge contratado para ensinar Iria, deixou o seu comportamento respeitador e começou a declarar o seu amor pela jovem. Quando Iria o chamou à atenção, dizendo que o seu comportamento não era adequando para um homem que dedicava a vida a Deus, Remigio ficou furioso.

O Monge fingiu arrependimento e deu a beber a sua aluna, como chá, uma poção (Neste caso poção é usada no seu significado mais antigo de remédio ou um medicamento liquido destinado a ser bebido as colheres). Esta poção era feita de certas ervas e resultou no inchaço da barriga de Iria, como se esta estivesse gravida.

Remigio, ainda não satisfeito, espalhou a mentira dizendo que Iria não era tão fiel a Deus como transparecia, pois estava gravida!

Britaldo, louco de fúria chamou o seu criado e deu-lhe ordens que mata-se Iria, tal como a promessa que lhe tinha feito em tempos anteriores. Banao, criado de Britaldo, apercebeu-se que Iria saia todas as manhas para rezar junto  à margem do rio. De espada em punho foi aí  que a atacou no dia 20 de Outubro de 653. 

O corpo da virgem seguiu pelo Rio Nabão, correu o Zêzere, e passou para o Rio Tejo, parando frente a Santarém. Célio, tio de Iria, depois de muitas rezas teve um sonho com uma visão de tudo o que se tinha passado. Ao acordar mandou todos os religiosos e nobres seguirem-no pelo Tejo e parar frente a Santarém, aí, conta a lenda, que as águas do Tejo se abriram ate ao sitio onde se encontrava o corpo da Santa.

A procissão de Santa Iria, onde crianças e adultos mandam flores ao rio em honra da Santa,  é realizada todos os anos a 20 de Outubro, data em que foi morta e deitada, a Santa, ao rio Nabão.

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Inicia-se a Viagem



Bem Vindos ao Templário-Mania, blog que irá dar a conhecer um pouco da História de Tomar, a pequena cidade do centro.

A nossa viagem começa no dia 1 de Março de 1160, como está inscrito na lápide sobre a porta da torre de Menagem, no Castelo de Tomar.

Conta a lenda que D. Gualdim Pais, fundador da cidade, foi informado pelo besteiro (info: besteiro é o nome que se dá a um guerreiro que combate com uma bésta, uma arma formada por um arco montado numa coronha de madeira), que enquanto caçava encontrou um povoamento deserto. Gualdim Pais, curioso, visitou a velha povoação que era a cidade romana de Sellium, junto ao rio Nabão.

D. Gualdim Pais enviou assim três homens para decidir quais dos montes seriam melhor para construir um castelo. Das três vezes que os homens voltaram, todos eles escolheram o monte onde reside o Castelo actualmente. Escolhido o sitio, D. Gualdim Pais mandou os seus companheiros ao monte enquanto inspecionou as ruínas de Sellium.

Ao chegar perto do monte ouvi gritos dos seus companheiros que corriam atrás de um javali a chamar "Toma-lo, toma-lo", tentando apanha-lo. Quando, por fim, viu o javali já morto e perto de si, pensou que Tomar seria o nome da nova cidade, pois tinha um forte sentimento de conquista.

Esta história encontra-se em vários sítios, nomeadamente num documento que data de 1317, e na Igreja de S. João Baptista, onde a história é contada por imagens.

E assim nasceu uma cidade.

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